Microdose de PunkYoga #008
Levei seis meses pra conseguir editar essa entrevista que fiz pro portal Ciência Psicodélica com a Isabel Wiessner, autora de um estudo inédito com LSD no Brasil. Eram muitas perguntas, muitos assuntos e eu queria que ficasse foda, à altura da pesquisa da Isa. Falamos sobre LSD, microdose e experiência mística.
Também fui convidado pra falar sobre microdose de psicodélicos no evento "Pensando o Biohacking no Brasil". Não sei nada de biohacking, mas dei minha contribuição sobre psicodélicos. Eu tava bem ansioso, mas acho que enganei bem.
Nesse começo de ano, ainda escrevi sobre mães que plantam maconha para cuidar dos filhos especiais, pra revista Crescer, e sobre macoha no esporte, pra GQ — mas, infelizmente, elas não estão no site, se quiser ler, me dá um salve que mando o texto.
Engraçado quando eu enumero as coisas que fiz e reparo que eu virei um especialista em cobrir drogas. Meus pais ficam orgulhosos. Mas toda vez que eu penso que me tornei um especialista eu penso: Mas o que é um especialista?
Ciência e política de drogas tão intimamente ligados com direitos humanos, que abarca as pautas LGBTQIA+, negra e indígena, e tudo isso, além de política, é cultura. Se você olhar bem e começar a puxar o fio, no final, tá tudo interligado de alguma forma.
Então, talvez o que torne alguém especialista não é a quantidade de conhecimento que a pessoa detém sobre um assunto específico, mas a capacidade que a pessoa tem de relacionar esse assunto específico a outros assuntos específicos, formando uma grande teia de assuntos específicos que se complementam de forma a criar um assunto geral, o que me faz entender que, se tudo está conectado, então não existe separação nenhuma entre as coisas.
E acho que é isso o que eu tento mostrar a todo tempo com a PunkYoga.
O que eu andei lendo:
🙃 Sob efeito de plantas, na revista Gama. Um trecho do livro novo do Michael Pollan sobre o nosso uso de plantas psicoativas. Nesse trecho, ele fala do café, e eu nunca parei pra pensar que ele tinha tanta influência sobre a gente.
😶 Hanna Limulja: ‘A forma única como os yanomami sonham, assim como todo o universo deles, está sob ameaça’, na revista Gama.
🤨 Caça às 'bruxas' brasileiras: como mães expulsaram prostitutas de Portugal, no Universa do Uol.
😀 'Temos 7 sentidos - e os 5 mais conhecidos são os menos importantes', no Viva Bem, do Uol. Obrigado pela indicação, Lari.
🥸 Julia Panadés, hábitos, perder o ritmo, na ótima newsletter Mulheres Falam, da Priscila Pacheco, na qual ela questiona se estamos vivendo ou "só resolvendo coisas, riscando tarefas em uma lista e vencendo os dias".
😢 Conheça Raphael Mechoulan, o pai do THC, na Super. O Mechoulan foi o cara que deu incício à ciência da cannabis, ele morreu no dia 10 de março. Achei essa entrevista ótima que ele deu pro Tarso, em 2014.
O que eu andei assistindo:
VÍDEO: Stranger at the Gate, da The New Yorker. Um mini-doc muito foda, que tá concorrendo ao Oscar, sobre como curar um neonazista.
VÍDEO: Curadores Indígenas em Diálogo, do Instituto Moreira Salles. Muito bonito ouvir sobre um conceito de arte que tá relacionado com o conceito de cura.
SÉRIE: Cunk on Earth, na Netflix. A história da humanidade contada pela Tatá Werneck da Inglaterra.
FILME: Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo, no Prime Video. Eu ainda quero escrever sobre esse filme, mas eu não sei nem por onde começar.
O que eu andei ouvindo:
PODCAST: 72 horas, da Rádio Novelo Apresenta. É o podcast que eu mais tô ouvindo ultimamente, mas esse episódio do homem que foi abdusido em Congonhas é insuperável.
PODCAST: Igão e Mítico, do PodPah e Igor 3K, do Flow, no Mano a Mano. Eu não costumo ouvir o Flow e nem o PodPah, mas achei essas entrevistas incrivelmente inspiradoras. Saí com vontade de fazer dez podcasts.
PODCAST: Bunga Bunga, da Wondery. Eu nunca imaginei que precisava tanto ouvir um podcast sobre o Berlusconi narrado pela Monica Iozzi até ouvir um podcast sobre o Berlusconi narrado pela Monica Iozzi.
PODCAST: O Psiquiatra ao lado, da Wondery. É estranho demais ouvir um podcast dublado, como naquelas séries de "bombeiro Bryan", mas a história do psiquiatra que se aproveitava das fragilidades do cliente é tão boa que a gente releva.
Encontro você daqui a 15 dias.
Vai pela sombra e fica na paz de Bowie.
Com amor,
Nathan
Se você chegou aqui através de um link, deve tá pensando: "Como eu assino essa newsletter maneira?". Ora, é só deixar seu e-mail aqui. E dá pra ler as edições anteriores aqui também. Se não curtiu e tá aqui lendo esta última linha, admiro sua capacidade de autoflagelação.