— Boa noite, tudo bem?
— Noite!
— O senhor sabe como eu faço pra chegar em Divinópolis?
— Tá perto. Segue reto aqui, mais ali na frente você já pega a esquerda. E segue ela toda vida. Vai dar numa estrada de terra, pode continuar até a hora que virar mão única. Aí você vai chegar numa bifurcação. Os dois caminhos levam pro mesmo lugar, mas aí que complica, porque o medo tá em todo cruzamento da vida. Quando você entende isso, percebe que dá pra seguir mesmo com medo de se perder. Porque, no fim, o único cruzamento que importa é o que separa o real da ilusão. Tem coisa que hoje parece importante, mas depois você vê que era só perda de tempo. Ilusão. Quando aprende que o que realmente vale são as relações que a gente constrói com os outros no caminho, já pode se preparar pra pegar a esquerda. Tudo que você vê depois disso é reflexo do que carrega na mente. Se o caminho parecer feio, o problema não é da estrada, é seu. Mas quando aparecer uma plantação de girassol, de manhãzinha, a luz subindo de um jeito bonito, você vai querer parar no acostamento só pra olhar. Nesse momento, vai entender que sentir o sol no rosto é importante. E talvez pense em organizar sua vida de um jeito que dê pra sentir mais isso. Aí percebe que o destino sempre foi o caminho. Nunca importou pra onde você tava indo, só te cabe aproveitar a viagem. Depois disso, mantém a direita e fica de olho nas placas. Aí já vai tá praticamente em Divinópolis.
— Ah, entendi… depois do girassol mantém a direita, então, né?
— Isso. Qualquer coisa, para ali no posto que o pessoal pode te ajudar.
O fim.
É isso, meu amigo.
🛟
genial! eu amei!!! 🥰