Microdose de PunkYoga #16
Horror feminista, estrelas de nêutron & uma playlist alienígena pra acompanhar a leitura
Por onde andei…
🥺 Fiquei com vontade de ler todos os livros que o Oscar Nestarez indica na última edição da TerraTreva, a newsletter dele, que fala de horror feminista e de autoria feminina (que são coisas diferentes). Sério, como não querer ler um livro que se chama Te dei olhos e tu contemplastes as trevas?
🤓 Esse mês, definitivamente, eu fui impactado pelo Stênio Gardel. Ele é um escritor cearense, que ganhou, no ano pasado, o National Book Awards, uma das maiores premiações norte-americanas de literatura, na categoria Literatura Traduzida, com o romance A palavra que resta.
Na época, foi o maior reboliço, mas eu não consegui tirar um tempo pra ler o livro, que fala sobre um homem analfabeto que, durante cinquenta anos, guardou a carta do outro homem que ele amava sem poder ler. Então fui bombardeado por esses trabalhos:
Quase chorei só com essa resenha na Quatro cinco um, que me foi indicada pelo Alê.
Fiquei hipnotizado com essa conversa entre o Stênio e a Socorro Acioli, no podcast 451 MHz. Fala bastante das obras deles, mas também sobre o ofício de escrever.
Só falta mesmo tomar vergonha na cara e ler o livro.
🫨 Cumpri com a tradição de acompanhar um cortejo do Bloco 77, os originais do punk, em SP. Fui com meus amigos subversivos Pri e Evandro. Fiquei feliz que incluíram Dead Fish nas marchinhas desse ano, me esgoelei cantando Cólera e comprei um abadá.
🤔 No começo do ano, cientistas publicaram um estudo na Science dizendo que haviam descoberto um objeto cósmico curioso. Ele tá no limite entre uma estrela prestes a colapsar e um buraco negro [se não leu a última edição da PunkYoga, esse é um bom momento]. Os físicos não sabem dizer se se trata do buraco negro mais leve do Universo ou da estrela de nêutrons mais maciça que se tem notícia. E existe ainda outra possibilidade: pode ser um objeto completamente novo e desconhecido.
🤪 Refleti bastate sobre esse texto da Camila Feltrin: Como disfarçar a loucura.
🫥 Aprendi sobre o conceito de soma que aparece nos textos védicos, e sobre o panchakarma, ritual com ervas no Sri Lanka.
👽 Ouvi sem parar, enquanto trabalhava, a playlist alienígena Pleiadian Dub Techno (que é mais techno do que dub), descrita como “uma odisséia musical que ressoa com as frequências de uma civilização celestial distante”.
😇 Adorei a reportagem que a Carol Apple fez pro UOL sobre o primeiro curso de vipassana dentro de um presídio feminino no Brasil.
😎 Troquei meu protetor de tela por essa foto belíssima de um pôr do Sol em Ubatuba, feita pelo meu amor Felipe Abílio — dá pra comprar as fotos que ele faz no GoAbílo. E viva Gaia!
🤓 Descobri esse miniguia explicando por onde começar a ler Roberto Bolaño, escrito pelo Antônio Xerxenesky. Achei místico porque um dia antes, do nada, pensei que seria legal ler alguma coisa dele, já que não conhecia nada.
🤯 Comecei esse curso online (e grátis) do Lourenço Mutarelli. Apesar de eu escrever a newsletter diária da Seiva, juro que não sabia que eles iam lançar um curso com o mesmo escritor sobre quem eu havia escrito na ultima edição da PunkYoga.
Interrompi a maratona de The Leftovers pra ver o BBB [risos], mas também consegui começar a assistir a quarta temporada de True Detective e For All Mankind, que se passa num universo paralelo em que os russos venceram a corrida espacial.
Posfácio
Obrigado a você que chegou até aqui.
Tô felizão porque tenho conseguido manter a constância de escrita aqui na newsletter. E, por incível que pareça, também no crossfit.
Quando comecei os treinos, em janeiro, o avaliador físico disse que não importava que horário eu fizesse, ou quantos dias eu fosse: o importante era treinar com constância. E eu percebi que, intuitivamente, é exatamente isso que faço com a escrita desta humilde newsletter. Eu tô escrevendo sempre um pouquinho. E isso faz com que ela avance, e que seja finalizada em 15 dias, que é o período de regularidade desta joça (caso não tenhas percebido).
Não tô falando que temos que ser produtivos a todo custo, e acordar às 4 da manhã, e nos atermos sem discussão aos compromissos que firmamos nos momentos de empolgação. Foda-se. Imprevistos acontecem. A gente faz o que dá.
Mas pra mim tem sido melhor fazer um pouquinho do que nada…
Por isso, tô felizão. E por isso agradeço a sua gentileza em se dispor a ler comparações idiotas entre a escrita e o crossfit. Você é um amor. Mas se quiser me agradar, me escreve ou me indica pra algum amigo estranho, porque eu quero bater 500 inscritos e se depender de algoritmo tá todo mundo fodido.
Volto daqui a 15 dias, talvez com um conto de horror sci-fi, talvez com uma reflexão sobre o silêncio atômico. Não sei.
Vai pela sombra e fica na paz de Bowie.
Com amor,
Nathan